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Em destaque: Activision Blizzard, Adidas, ArcelorMittal e Euronav
Há um ano - 17 de agosto de 2021Activision Blizzard
Um duche de água fria para a Activision Blizzard, acusada de discriminação e assédio pelo Estado da Califórnia. Este último apresentou uma queixa e a administração da editora de videojogos foi reformulada. O impacto no grupo continua por esclarecer, tal como a sua capacidade de atrair e reter os perfis mais criativos para o desenvolvimento dos seus jogos.
Novos desenvolvimentos são sempre possíveis neste tipo de caso, mas acreditamos que não põem em causa o seu potencial de crescimento. Assim, mesmo que demonstre a sua prudência, a administração elevou as suas metas de lucro para o ano em curso. Além disso, o grupo reportou um lucro no segundo trimestre acima das expectativas e das suas próprias estimativas.
A Activision Blizzard está a intensificar os seus investimentos em plataformas móveis (smartphones e tablets) e está a centrar o seu crescimento no lançamento regular de novas versões dos seus jogos mais famosos, como o Call of Duty, World of Warcraft e Candy Crush. Revemos em alta as nossas estimativas de lucros por ação para 3,2 dólares (antes 3) em 2021 e para 3,5 dólares (antes 3,3) em 2022.
Os problemas legais fizeram a cotação cair mais de 10% em poucos dias antes de recuperar. O grupo tem meios para recuperar até porque os resultados trimestrais foram bons. Não mudamos o nosso conselho: comprar.
Adidas
Sem surpresa, a Adidas alienou a marca americana Reebok. Embora o preço obtido (2,1 mil milhões de euros) esteja correto, é, no entanto, inferior ao que o grupo pagou pela sua aquisição em 2006 (3,2 mil milhões de euros). Acrescem ainda os vários planos de reestruturação dispendiosos. Face ao domínio da Nike no mercado norte-americano é o assumir do fracasso para um investimento que a Adidas se deveria ter livrado mais cedo.
Apesar da Reebok, o grupo alemão desenvolveu-se com sucesso nos últimos anos. O segundo trimestre foi melhor do que o esperado, impulsionado por um aumento de 55% no volume de negócios (excluindo efeitos cambiais). Mesmo com problemas, provavelmente temporários, na Ásia (boicote na China de marcas ocidentais e perturbações de produção em fábricas no Vietname). Revemos ligeiramente em alta as nossas previsões de lucros para 2021 e 2022, para 7,5 e 10 euros, respetivamente (7,1 euros e 9,5 euros anteriormente).
A cotação está próxima do nível início de julho. Com efeito, neste patamar elevado, a melhoria bastante modesta das perspetivas não foi suficiente para impulsionar ainda mais a cotação: venda.
ArcelorMittal
A siderúrgica registou, mais uma vez, um bom trimestre, com lucros por ação de 3,47 dólares, bem acima das expectativas dos investidores. Os lucros operacionais aumentaram 68% face ao primeiro trimestre, graças à recuperação económica nos seus principais mercados que estimulou a procura de aço e impulsionou a subida dos preços. Como resultado desta boa atividade, a ArcelorMittal registou um cash flow 2,3 mil milhões dólares, que utiliza para reduzir novamente a dívida. Um balanço mais forte permitir-lhe-á lidar melhor com as quebras dos ciclos económicos. Além disso, o produto da venda dos ativos nos Estados Unidos será devolvido aos acionistas através de um plano de compra de ações próprias no valor de 2,2 mil milhões de dólares até ao final do ano.
Do lado das perspetivas, o grupo elevou as suas previsões de consumo de aço a nível mundial para +7,5%/+8,5% vs +4,5%/5,5% anteriormente e regista o dinamismo da procura dos seus aços. Esta boa notícia leva-nos a elevar as nossas previsões de lucros por ação para 8,6 dólares em 2021 (antes 5,2) e 5 dólares em 2022 (antes 4). Continuamos positivos em relação a esta ação. Mas a indústria siderúrgica continua a ser uma atividade muito cíclica e as suas ações muito voláteis.
Impulsionada pela muito boa conjuntura económica, a cotação regressou ao nível de 2018 em 30 euros. Está valorizada em 0,8 vezes o capital próprio, o que ainda nos parece um pouco baixo. Por conseguinte, a ação continua a ter potencial de apreciação mas, dado o maior risco, é reservada aos investidores com um perfil mais especulativo. Comprar.
Euronav
Como se esperava, o resultado trimestral da Euronav ficou no vermelho, penalizado pelos baixos preços para o transporte marítimo de petróleo. A procura de petróleo e, por conseguinte, a capacidade de transporte não deverão atingir níveis pré-pandemia antes de 2022. A curto prazo, a pressão sobre os preços.
Mas a longo prazo, esperamos uma melhoria e um regresso aos lucros. No segundo trimestre, os preços das encomendas de novos barcos nos estaleiros aumentaram. Um sinal de que os participantes no mercado estão a começar a contar com uma melhoria futura. A ação está barata: comprar.
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