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Análise
Em destaque: IAG, Repsol, Royal Dutch Shell e Verizon
Há um ano - 13 de julho de 2021
Recuperação da IAG ao ritmo da pandemia. Verizon vende negócio de media.
IAG
O primeiro trimestre foi marcado por perdas (-0,21 euros por ação). A utilização da capacidade diminuiu 78% face ao período homólogo de 2020 e a receita caiu 78,9%, embora os custos também tenham sido reduzidos em 68,4%. Contudo, as perspetivas estão a melhorar para os próximos meses.À medida que a vacinação prossegue nos principais países e os governos relaxam as restrições de viagem nos mercados domésticos, especialmente no Reino Unido, o tráfego aéreo recupera dando asas às companhias aéreas do grupo (British Airways, Iberia, Air Lingus, Vueling, Level) que esperam ter aumentado a capacidade em 25% no segundo trimestre, e uma retoma gradual no terceiro trimestre, especialmente nos voos de curta distância (a Vueling operará a 100% da sua capacidade).
Como não é esperada a utilização total da capacidade antes de 2023, permanecem as necessidades de liquidez que levaram a IAG a emitir 825 milhões de euros em obrigações convertíveis com vencimento em 2028.
Além disso, a compra da Air Europa pela Iberia está paralisada pela União Europeia que investiga se a operação poderia reduzir a concorrência nas rotas domésticas. Para já, a cotação da IAG vai oscilando à medida que surgem novidades que afetam o turismo. A companhia aérea enfrenta a recuperação do tráfego aéreo com um olho na pandemia e o outro nas medidas tomadas pelos governos. A ação está cara: venda.
Repsol
A Repsol reportou uma queda de 12% na produção de hidrocarbonetos no segundo trimestre para 562 mil barris por dia. Este número foi de 638 mil primeiro trimestre, sendo que a meta anual de 625 mil permanece alcançável. O grupo justifica o declínio com o desinvestimento (que as companhias petrolíferas estão a fazer para reduzir a sua dívida) e pela manutenção das atividades.As boas notícias vêm do negócio de refinação, importante para a Repsol. A margem da atividade está a aumentar em relação ao início do ano, embora ainda seja baixa.
Mantemos a previsão de lucros por ação para 2021 em 1,2 euros, enquanto se aguardam os resultados do segundo trimestre a 29 de julho. As dúvidas sobre a solidez da recuperação económica global nos próximos trimestres estão a pesar sobre o setor petrolífero e a cotação da Repsol. Mantenha.
Royal Dutch Shell
A Shell espera bons resultados para o segundo trimestre graças à recuperação dos preços e da procura de hidrocarbonetos, apesar da queda da produção.A petrolífera anuncia, portanto, que será capaz de remunerar melhor os acionistas através de mais compras de ações próprias e/ou um dividendo mais elevado. É sinal que o cash flow é melhor do que o esperado.
Boas notícias que não afetaram a cotação dadas as incertezas que subsistem para o resto do ano. Mantenha.
Verizon
Há algumas semanas, a gigante americana das telecomunicações anunciou a venda, por 5 mil milhões de dólares, da sua divisão de media (inclui a Yahoo! e AOL) ao fundo de private equity Apollo Global Management.Tal como a rival AT&T, a Verizon salda uma aventura desastrosa pelos media, iniciada em 2015 com dispendiosa aquisição da AOL por 4,4 mil milhões de dólares e a Yahoo!, em 2017, por 4,5 mil milhões de dólares.
Uma venda que saudamos desde que contribua para a redução da dívida do grupo, inflacionada no início do ano pela compra de licenças 5G por um valor superior ao esperado. Um investimento dispendioso mas essencial para a Verizon que construiu o seu sucesso na qualidade superior da rede de telecomunicações. Pode assim contar com uma clientela fiel e uma rentabilidade elevada (margem operacional de 36,7% em 2020 contra 31,8% da rival AT&T).
Para 2021, o grupo espera que os lucros por ação aumentem 2% a 5% numa base comparável. Nos próximos anos, estimamos que o crescimento deve ser da mesma ordem. Prevemos lucros por ação de 5 dólares em 2021 e 5,15 dólares em 2022.
A venda do negócio de media, uma área em que o grupo nunca vingou, é bem-vinda. Embora as perspetivas de crescimento dos lucros sejam fracas, o rendimento do dividendo de 4,6% é atrativo.
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