A existência de um (primeiro) acordo comercial entre a China e os Estados Unidos impulsionou os mercados acionistas para novos máximos na semana passada. Apesar de ser visto apenas como um primeiro passo para a remoção das barreiras ao comércio mundial, é um sinal positivo, que reforça a confiança.
Os investidores encontraram ainda alguma tranquilidade no facto de os bancos centrais americano e europeu terem mantido inalteradas as suas principais taxas de juro diretoras, apesar de serem notícias largamente esperadas.
Por fim, a vitória dos conservadores nas eleições britânicas também foi bem recebida pelos investidores, já que oferece um pouco mais de visibilidade e reduz a incerteza relativa ao processo do Brexit.
O otimismo renovado e o maior apetite por ativos de risco originaram ganhos semanais de 0,9% no Stoxx Europe 50 e de 0,7% no S&P 500. Pela positiva, destaque sobretudo para a valorização de 1,9% da bolsa de Madrid e de 1,6% da praça de Londres, que beneficiou também do facto das ameaças de nacionalização de certas empresas e de um aumento da regulamentação estarem a desaparecer: Barclays (+7,7%) e National Grid (+4%).
Segunda semana de ganhos em Lisboa
A bolsa de Lisboa (+0,6%) seguiu a tendência positiva das suas congéneres mundiais e fechou em alta pela segunda semana consecutiva, elevando os ganhos acumulados desde o início do ano para 10%. Ainda assim, as variações das ações nacionais foram pouco significativas e não houve notícias empresariais muito relevantes.
Beneficiando do maior otimismo dos investidores, que impulsionou o setor bancário europeu, o BCP liderou os ganhos com uma subida de 3,5%. Pela positiva, destaque igualmente para a EDP (+1,9%), que se aproximou do seu novo máximo desde junho de 2008 fixado recentemente.
Ao invés, os CTT (-1,7%) corrigiram um pouco dos ganhos recentes e a NOS desceu 2,2%, embora sem fatores que o justifiquem.
Maior apetite por ativos de risco
Como seria de esperar, o clima de maior otimismo beneficiou os setores mais sensíveis à evolução da conjuntura económica: semicondutores (+3,9%), banca europeia (+3,5%), empresas mineiras (+3,9%) e construtores automóveis europeus (+2,1%). Logo, não é de estranhar que os setores mais defensivos, como o farmacêutico (+0,2%) ou o alimentar (-0,8%), tenham sido mais negligenciados.
No mercado cambial, a redução do risco beneficiou a moeda única europeia, que se valorizou um pouco em relação ao dólar. Como consequência do resultado das eleições no Reino Unido, a libra esterlina valorizou-se relativamente a todas as moedas, com um euro a valer agora cerca de 0,831 libras.
A semana em números
Principais Bolsas | |
Lisboa | +0,6% |
Frankfurt | +0,9% |
Londres | +1,6% |
Madrid | +1,9% |
Milão | +0,6% |
Nasdaq | +0,9% |
Nova Iorque | +0,7% |
Paris | +0,8% |
Tóquio | +2,9% |
Zurique | -0,3% |
Ações nacionais: maiores subidas e descidas | |
BCP | +3,5% |
Semapa | +2,3% |
Corticeira Amorim | +2,2% |
EDP | +1,9% |
Mota-Engil | +1,0% |
Sonae Indústria | -2,7% |
NOS | -2,2% |
CTT | -1,7% |
Novabase | -1,4% |
Impresa | -1,3% |
Variação das cotações entre 06/12 e 13/12, em moeda local.