A assinatura da primeira fase do acordo comercial entre os Estados Unidos e a China, prevista para o início de janeiro, foi bem recebida pelos mercados acionistas, com os índices norte-americanos a fixarem novos máximos históricos.
A acusação de que Donald Trump foi alvo acabou por não ter grande impacto nas bolsas. O S&P 500 e o Nasdaq ganharam 1,2 e 2%, respetivamente, ao passo que o Stoxx Europe 50 subiu 1,7% na última semana.
Na Europa, com exceção de Frankfurt (-0,1%), as bolsas também fecharam em alta mas os investidores denotam maior prudência antes da época de férias natalícias e apesar da divulgação de um bom indicador económico na Alemanha. Além disso, a espetacular subida das bolsas de valores em 2019 é convidativa à tomada de algumas mais-valias.
Nota final para a valorização de 4,1% da bolsa de Londres, que reagiu muito bem à vitória clara dos conservadores nas eleições do Reino Unido, que contribuiu para uma redução da incerteza em relação ao Brexit.
Subida ligeira em Lisboa
A bolsa de Lisboa seguiu a tendência positiva das suas congéneres mundiais, embora tenha registado ganhos mais modestos, de apenas 0,4%. Desde o início do ano, o índice PSI-20 acumula agora uma subida de 10,3%.
O grande destaque da semana vai para a EDP (+3,6%), que fechou num novo máximo de mais de 11 anos, depois de anunciar a venda de seis centrais hídricas em Portugal por 2,2 mil milhões de euros a um consórcio liderado pela francesa Engie.
Esta venda está em linha com o plano estratégico do grupo, que prevê a redução da exposição ao mercado ibérico e a alienação de ativos para reduzir a dívida. A EDP permanecerá, no entanto, como líder nacional em termos de capacidade hídrica instalada.
A liderar os ganhos esteve a Galp Energia (+4,1%), que beneficiou da subida do preço do petróleo, seguida da Mota-Engil (+3,8%), que beneficiou de rumores de que a China Communications Construction Company quer comprar uma posição minoritária na construtora nacional e do anúncio de vários contratos ganhos em África e na América do sul.
Petróleo em alta e fusão no setor automóvel
No plano empresarial, as previsões dececionantes feitas pela Unilever (-4,3%) para o seu volume de negócios em 2019 acabaram por não impedir que o setor de bens de consumo fechasse a semana em alta.
O setor automóvel também ganhou terreno depois de ter sido confirmada a fusão entre a Peugeot (+4,2%) e a Fiat Chrysler Automobiles (+2,7%).
No setor petrolífero, numa altura em que o preço do ouro negro se aproxima novamente dos 67 dólares por barril, o que já não acontecia desde setembro, as empresas petrolíferas ganharam em média 2%.
A semana em números
Principais Bolsas | |
Lisboa | +0,4% |
Frankfurt | -0,1% |
Londres | +4,1% |
Madrid | +1,6% |
Milão | +1,4% |
Nasdaq | +2,0% |
Nova Iorque | +1,2% |
Paris | +1,5% |
Tóquio | +1,9% |
Zurique | +1,2% |
Ações nacionais: maiores subidas e descidas | |
Galp Energia | +4,1% |
Mota-Engil | +3,8% |
BCP | +3,7% |
EDP | +3,6% |
Corticeira Amorim | +0,7% |
Sonae Indústria | -2,7% |
Novabase | -2,2% |
Impresa | -1,7% |
Cofina | -1,4% |
NOS | -1,3% |
Variação das cotações entre 12/12 e 19/12, em moeda local.