No final de uma semana bastante movimentada para os investidores, as principais bolsas mundiais fecharam sem uma tendência definida e com variações pouco significativas. O S&P 500 valorizou 0,2%, beneficiando da publicação de números muito positivos relativos à criação de emprego nos Estados Unidos. Na Europa, o Stoxx Europe 50 fechou com uma perda ligeira de 0,3%.
O presidente americano continua a lançar dúvidas quanto à assinatura de um acordo comercial com a China. O aumento da incerteza sobre a assinatura de um acordo está a gerar preocupação nos mercados que se têm mostrado muito menos confiantes nas últimas semanas e até meses.
Infelizmente, o esquema é clássico e muito visto: os comentários beligerantes de Donald Trump alimentam as preocupações relativas ao comércio mundial (ameaças de impostos alfandegários sobre o aço brasileiro e argentino e sobre os produtos de luxo franceses exportados para os Estados Unidos), levando a um declínio nos mercados acionistas.
Em seguida, alguém do staff do presidente Trump faz declarações para acalmar os investidores, originando uma recuperação das cotações. Assim, é provável que os mercados permaneçam nervosos até que um acordo seja assinado. Por isso, mantenha uma carteira bem diversificada e não assuma demasiados riscos.
Lisboa liderou os ganhos
Apesar da indecisão que marcou o rumo dos mercados na semana passada, a praça lisboeta liderou os ganhos entre as principais bolsas mundiais, com uma subida de 0,9%.
Pela positiva, realce para a valorização de 8,5% dos CTT, que beneficiou de uma recomendação de investimento favorável. A cotação atingiu um novo máximo desde dezembro do ano passado e já acumula um ganho de 85,4% desde o mínimo histórico de meados de agosto.
O setor da distribuição foi outro dos vencedores da semana, com a Sonae a subir 3% e a Jerónimo Martins a ganhar 1,9%. Do lado dos ganhos estiveram também a Navigator (+3,5%) e a Corticeira Amorim (+2,2%), duas empresas que anunciaram recentemente o pagamento de um dividendo extraordinário.
Nota final para a queda de 1,1% da Galp, que não seguiu a subida do setor, após o corte da produção anunciado pela OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo).
Siderúrgicas e petrolíferas em alta
A nível setorial, as empresas siderúrgicas ganharam em média 2%, com a ArcelorMittal a subir 3,7%.
O setor petrolífero também fechou em alta, com uma valorização de 0,7%, a beneficiar de uma nova descida das quotas de produção, decidida pela OPEP e pelos países associados. A Exxon Mobil ganhou 2%.
Ao invés, as empresas europeias de telecomunicações caíram 1,6%, com a Orange (-9,4%) à cabeça já que o seu novo plano estratégico não convenceu os investidores.
A semana em números
Principais Bolsas | |
Lisboa | +0,9% |
Frankfurt | -0,5% |
Londres | -1,5% |
Madrid | +0,3% |
Milão | -0,3% |
Nasdaq | -0,1% |
Nova Iorque | +0,2% |
Paris | -0,6% |
Tóquio | +0,3% |
Zurique | -0,3% |
Ações nacionais: maiores subidas e descidas | |
CTT | +8,5% |
Navigator | +3,5% |
Sonae | +3,0% |
Corticeira Amorim | +2,2% |
Jerónimo Martins | +1,9% |
Mota-Engil | -5,1% |
Sonae Indústria | -2,4% |
Sonae Capital | -2,4% |
Cofina | -1,7% |
REN | -1,6% |
Variação das cotações entre 29/11 e 06/12, em moeda local.