Nos primeiros 9 meses de 2019, o volume de negócios consolidado do grupo progrediu 2,8%, em comparação com o mesmo período do ano passado. Contudo, o EBITDA caiu 4,5%. Esta evolução foi ditada essencialmente pela Navigator (papel), que conseguiu aumentar as vendas mas que, ainda assim, sofreu uma queda na rentabilidade, como demos conta na nossa análise aos resultados da papeleira, devido à queda dos preços da pasta e do papel.
O negócio do cimento (Secil) continua a apresentar uma evolução surpreendente. As receitas cresceram 5,5% e sobretudo a margem EBITDA subiu quase 4 pontos percentuais. Esta atividade tem vindo a melhorar a sua rentabilidade operacional e para colocar em perspetiva, no ano de 2017 tinha uma margem EBITDA de apenas 17,8% (contra 24,7% do papel) mas agora tem uma margem de 22,3% (contra 23,6% do papel). O grande responsável por esta dinâmica continua a ser Portugal (58% das receitas e 62% do EBITDA), mas nos últimos meses com melhores contributos do Brasil e da Tunísia. Nesta última, as vendas cresceram substancialmente graças às exportações.
De referir ainda o bom desempenho da área de Ambiente (+25%), embora ainda tenha um peso pouco significativo no grupo. Assim como a diminuição dos custos financeiros mas impostos superiores ao que antecipávamos.
Globalmente os fatores positivos superaram os negativos e revemos em alta o lucro esperado para 2019 para 1,77 euros por ação (antes, 1,64 euros). Para 2020, refletindo a continuada incerteza económica, a estimativa desce para 1,63 euros por ação (antes, 1,75 euros).
A Semapa está próxima de barata por vários indicadores mas o conselho é de manter, devido à sensibilidade do negócio ao ciclo económico, perante um abrandamento que ainda não sabemos quão profundo será.
Cotação à data da análise: 13,70 euros