A redução das tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China permitiu aos mercados acionistas fixar novos recordes na semana passada.
Nos Estados Unidos, o S&P 500 (+1,6%) e o índice tecnológico Nasdaq (+1,7%) atingiram novos máximos históricos. Na Europa, o Stoxx Europe 50 valorizou 2,2% e alcançou o seu nível mais elevado desde julho de 2015.
Por outro lado, a diminuição do risco e as expectativas de uma melhoria do crescimento económico alimentaram a continuação da recuperação das taxas das obrigações soberanas que, ainda assim, irão permanecer durante bastante tempo a níveis muito baixos. Quem também beneficiou destas expetativas mais positivas foi o setor bancário europeu que ganhou 4,9% na semana.
Nota final para o mercado cambial, com o euro a recuar para cerca de 1,1055 dólares.
Lisboa em destaque
A bolsa de Lisboa subiu 3,5% na última semana e foi uma das praças com melhor desempenho, só superada por Milão (+3,6%). A semana foi novamente marcada pela divulgação de resultados, que foram algo díspares.
Pela positiva, o BCP (+6%) apresentou uma subida de 5% dos lucros dos primeiros nove meses do ano, um valor que superou ligeiramente as expetativas. O mesmo aconteceu com a NOS (+2%), cujos resultados aumentaram 10,4% até setembro, um pouco acima do previsto.
Ao invés, a queda de 51% dos lucros da Altri foi pior do que prevíamos, devido a uma queda dos preços da pasta e redução dos volumes vendidos maior do que era antecipado. Ainda assim, o título subiu 7,9% na semana devido às expetativas mais positivas quanto à evolução da economia, o que tem um reflexo significativo na evolução do preço da pasta. Pela mesma razão, a Navigator (+10,5%) e a Semapa (+9,1%) lideraram os ganhos.
Ainda a nível de resultados, a descida de 7,1% dos lucros da Corticeira Amorim (+4,5%) foi um pouco pior do que esperávamos. Por fim, no caso da Cofina (-1,9%), o aumento de 15,3% dos lucros acumulados até setembro também ficou um pouco abaixo do previsto.
Setores do petróleo e do aço em alta
O setor petrolífero valorizou 5,2%, beneficiando da expetativa de uma economia mais dinâmica, que aumentaria a procura de ouro negro. O preço do barril de petróleo situa-se na casa dos 62 dólares, o que é uma boa notícia para as empresas petrolíferas, que precisam de preços elevados para que os seus investimentos sejam lucrativos.
Igualmente em forte alta estiveram as empresas do setor do aço, estimuladas também pelo facto dos resultados anunciados não terem dececionado. A ArcelorMittal valorizou 13,2%.
A semana em números
Principais Bolsas | |
Lisboa | +3,5% |
Frankfurt | +3,3% |
Londres | +2,2% |
Madrid | +2,1% |
Milão | +3,6% |
Nasdaq | +1,7% |
Nova Iorque | +1,6% |
Paris | +2,8% |
Tóquio | +1,8% |
Zurique | +1,1% |
Ações nacionais: maiores subidas e descidas | |
Navigator | +10,5% |
Semapa | +9,1% |
Novabase | +8,0% |
Altri | +7,9% |
Sonae Capital | +7,4% |
Impresa | -1,6% |
EDP | -1,1% |
Sonae Indústria | -0,8% |
EDP Renováveis | 0,0% |
Cofina | -1,9% |
Variação das cotações entre 31/10 e 07/11, em moeda local.