Na Polónia, em 2008, milhares de polacos contraíram créditos à habitação em francos suíços e o Bank Millennium (BM), que é detido a 50,1% pelo BCP foi um dos bancos a conceder esses empréstimos.
O negócio seduziu clientes que assim acediam a taxas de juro muito inferiores. Como o franco suíço estava então limitado à taxa de câmbio fixada com o euro que não podia exceder, o risco cambial parecia reduzido. Só que, em 2015, a política cambial mudou e o franco suíço passou a negociar livremente no mercado cambial, valorizando de imediato. Assim, medidos na moeda polaca, os empréstimos subiram, o que afetou os mutuários. Estes intentaram ações judiciais contra os bancos, invocando terem clausulas abusivas.
Esses empréstimos pesam 21% nos créditos do BM, o que equivale a 5% da carteira de créditos do BCP. Mas o impacto neste é reduzido a metade e a litigação judicial foi seguida apenas por baixa percentagem de clientes já que o BM tem vindo a propor a troca para empréstimos em zlótis em condições atrativas.
Assim, e porque os processos serão decididos caso a caso nos tribunais, o impacto que terão no grupo é por agora incerto. E não nos leva a alterar o conselho de manter o título enquanto aguardamos os resultados do 3º trimestre que serão conhecidos a 7 de novembro.
Cotação à data da análise: 0,19 euros