As bolsas mantiveram uma toada positiva pela segunda semana consecutiva, com o S&P 500 e o Stoxx Europe 50 a subirem 1,8% e 1,7%, respetivamente. Desde o início do ano, estes dois índices acumulam agora ganhos de 18,8% e 15,6%, o que são valores bastante significativos.
Os mercados acionistas estão a reagir positivamente à redução de algumas tensões que os afetaram nos últimos tempos:
- Na disputa comercial entre os Estados Unidos e a China, os dois países concordaram em retomar as negociações no início de outubro.
- Na Europa, a Itália tem um novo governo e a perspetiva de um Brexit sem acordo no dia 31 de outubro parece estar a perder alguma força.
- Na Ásia, os investidores estão esperançados numa descida das tensões em Hong Kong.
Setores cíclicos lideram ganhos
A semana foi marcada pela recuperação dos setores mais sensíveis à evolução da atividade económica, como são exemplo as empresas de semicondutores (+4,2%) e os construtores automóveis (+2,6%).
Por sua vez, o setor siderúrgico também registou uma boa progressão (+2,2%), impulsionado principalmente pela valorização de 6% da ArcelorMittal e de 9,1% da Aperam, que também beneficiaram da melhoria da recomendação de investimento por parte de um grande banco americano.
Por outro lado, as ações dos setores mais defensivos mantiveram-se praticamente estáveis, com as empresas farmacêuticas a subirem 0,4%, as de serviços públicos a ganharem 0,3% e as operadoras de telecomunicações europeias a valorizarem 0,5%.
Nota final para o setor dos bens de luxo que recuperou algum ânimo com a esperança de um arrefecimento do clima de tensão em Hong Kong, que é um mercado muito importante para o setor: a LVMH ganhou 4,8% e a Swatch progrediu 3,2%.
Lisboa subiu 1,7%
A bolsa de Lisboa seguiu a tendência positiva das suas congéneres mundiais e fechou a semana passada com uma valorização de 1,7%, o que elevou os ganhos acumulados desde o início do ano para 5%.
Sem notícias muito relevantes a nível empresarial, destaque para os CTT, que lideraram os ganhos com uma subida de 6,7%. Desde o mínimo histórico, fixado em meados de agosto, o título já recuperou 11,4%.
Pela positiva, destaque igualmente para a subida do setor da distribuição, com a Jerónimo Martins e a Sonae a ganharem 5,7 e 3,6%, respetivamente.
Igualmente em alta esteve o grupo EDP, com a casa mãe a valorizar 3,1% e a EDP Renováveis a subir 2,4%.
Ao invés, a NOS (-3,5%) e a REN (-1,4%), dois títulos mais defensivos, fecharam a semana no vermelho. Porém, nada se alterou e mantemos o conselho de compra para ambos.
A semana em números
Principais Bolsas | |
Lisboa | +1,7% |
Frankfurt | +2,1% |
Londres | +1,0% |
Madrid | +2,0% |
Milão | +2,9% |
Nasdaq | +1,8% |
Nova Iorque | +1,8% |
Paris | +2,3% |
Tóquio | +2,4% |
Zurique | +1,8% |
Ações nacionais: maiores subidas e descidas | |
CTT | +6,7% |
Jerónimo Martins | +5,7% |
Sonae Indústria | +4,1% |
Sonae | +3,6% |
EDP | +3,1% |
Galp Energia | -0,5% |
Semapa | -1,3% |
REN | -1,4% |
NOS | -3,5% |
Novabase | -4,5% |
Variação das cotações entre 30/08 e 06/09, em moeda local.