O mercado de aço continua difícil e a ArcelorMittal, assim como os seus concorrentes, é penalizada. As tendências no primeiro semestre continuam a pesar na rentabilidade do grupo.
Na Europa, a procura por aço não retoma porque os principais consumidores (automóvel, construção) não estão a crescer. A americana US Steel acaba de apontar a Europa como a origem das suas dificuldades financeiras.
A fraca procura na China também é digna de nota, indiciando que os preços mundiais do aço podem permanecer baixos por mais algum tempo. Ora os preços são cruciais para a rentabilidade da ArcelorMittal.
O grupo quer reduzir custos, diminuir a produção e vender os ativos menos rentáveis (por 2 mil milhões de dólares em dois anos), mas isso pode não compensar as pressões sobre a rentabilidade.
Outro fator de incerteza é o Brexit. A empresa gera apenas 2% das receitas no Reino Unido, mas 50% na Europa, onde a incerteza dos empresários está a aumentar, o que pesa sobre o investimento.
Reduzimos as estimativas de lucro por ação, de 1 para 0,665 euros, em 2019, e de 2 para 1,5 euros, em 2020. Consideramos que a maioria das más notícias já está refletida na cotação. Mas a evolução esperada da conjuntura torna este título mais arriscado no futuro imediato.
Cotação à data da análise: 12,94 euros