Comparando o primeiro semestre de 2019 com o mesmo período de 2018, as receitas totais cresceram 7,6% pelo aumento das quantidades vendidas.
Contudo o preço da pasta papel tem vindo a cair desde o início do ano, e tendo em conta importância desta variável na atividade da Altri, é mais profícuo verificar a evolução sequencial do primeiro trimestre de 2019 para o segundo.
E o que verificamos na análise deste período, é que ocorreu uma nítida degradação, com a receita a cair 3,6%, o EBITDA a cair 9,1% e o resultado líquido a recuar 15,2%.
A principal explicação é de facto a queda no preço da pasta de papel, com o índice de referência para a pasta de eucalipto branqueada (BEKP) a cair 16% desde o inicio do ano (em dólares).
A nossa expectativa é que, após um período em que os compradores chineses geriram os stocks de modo a restringir as aquisições e fazer assim baixar os preços, estes estabilizassem. Contudo, a informação disponível sugere que a queda continua, o que poderá ser já efeito das tensões macroeconómicas.
Apesar do cenário negativo, o bom desempenho operacional da Altri atenuou o contexto difícil, com a produção no segundo trimestre a subir para o registo mais elevado dos últimos anos, isto apesar da paragem para manutenção da Celtejo em maio.
As nossas estimativas já incorporavam um contexto mais adverso, mas ainda assim são revistas em baixa ligeira. Esperamos um lucro por ação de 0,62 euros para 2019 (antes 0,66 euros), e para 2020 mantemos as estimativas de 0,53 euros.
A Altri, sendo uma produtora pura desta commodity, está bastante mais exposta à queda no preço que, por exemplo, uma produtora integrada de papel e pasta como a Navigator. Apesar da queda do preço da ação, não compre.