As ações da Mondelez já subiram quase 40% desde o início do ano e está a negociar com a cotação em 27 vezes o lucro esperado, pelo que consideramos que está cara e alteramos o conselho de manter para vender.
O grupo agroalimentar está a tentar impulsionar o crescimento dos seus negócios através de aquisições. Após a aquisição da Tate's Bake Shop, acaba de anunciar a compra da Perfect Snacks, pioneira dos Estados Unidos num segmento de rápido crescimento de barras nutricionais refrigeradas.
Apesar de os termos financeiros desta operação não terem sido tornados públicos, o impacto nos resultados, pelo menos no curto prazo, será muito limitado, em nossa opinião. Além disso, a administração confirmou as suas previsões para o ano em curso.
A empresa continua assim a estimar um crescimento das suas receitas, excluindo os efeitos cambiais, entre 2% e 3%. A subida do dólar dos EUA deverá, no entanto, anular uma boa parte desse crescimento.
Do lado dos resultados, o lucro líquido por ação, excluindo os efeitos cambiais, deverá aumentar de 3 a 5%. Esta é uma clara desaceleração face aos ganhos registados nos últimos anos. Desde 2015, o lucro por ação (excluindo itens não recorrentes) aumentou de 1 dólar para quase 2 dólares em 2018 (o que corresponde a um crescimento médio de 25% ao ano) graças principalmente a reduções de custos, compra de ações próprias e à descida da taxa de imposto.
Em nossa opinião, esse cenário ideal não será repetido tão cedo, tendo em conta que a Mondelez realiza uma boa parte (40%) da sua atividade em mercados emergentes, onde as incertezas económicas afetam o sentimento das famílias. Mantemos as nossas estimativas de lucros por ação em 2 dólares para 2019 e em 2,05 dólares para 2020. Após a forte subida da cotação, a ação passou agora a estar cara e alteramos o nosso conselho de manter para vender. Iremos deixar de acompanhar este título.