No primeiro semestre, com base num volume de negócios em alta de 12% (bem acima do setor), o lucro por ação subiu 8,7% para 6,49 euros, mesmo com o impacto adverso de certas despesas financeiras e fiscais.
O dividendo provisório sobe 10% para 2,2 euros. Apesar das tensões geopolíticas, o grupo consolidou o seu crescimento orgânico na Ásia (principalmente na China e excluindo o Japão), principal área geográfica do grupo que representou 33% das vendas no primeiro semestre. Após ter subido 17% no primeiro trimestre, o crescimento foi de 18% no segundo trimestre.
Os clientes chineses parecem não se cansar dos "artigos de marroquinaria da moda", em particular da Louis Vuitton. Ao nível do grupo, este segmento, impulsionado pelo crescimento orgânico de 18%, representa 41% das vendas e 61% do lucro operacional ao longo do semestre. Valores impressionantes, mas ao mesmo tempo um pouco inquietantes.
A LVMH está cada vez mais dependente deste lucrativo negócio de artigos de couro, numa altura em que outras atividades do grupo (nomeadamente vinhos, bebidas espirituosas, relojoaria e joalharia) são muito menos relevantes e provavelmente não seriam capazes de compensar um revés no sucesso comercial da Louis Vuitton.
Por enquanto, a fraqueza relativa dessas outras atividades impede que a rentabilidade operacional geral aumente (para 20,9% contra 21% há um ano), o que já é uma deceção.
Geograficamente, uma turbulência cíclica na China, especialmente no caso de uma queda brutal do mercado acionista (reduzindo a riqueza da população mais rica), também seria prejudicial. Mantemos as nossas estimativas de lucros por ação em 14,1 euros e 15,6 euros, respetivamente.
Cotação à data da análise: 378,40 euros