Desde o início do ano, a cotação da AB InBev disparou. Uma subida vertiginosa sendo que, a melhoria dos fundamentos, foi apenas ligeira. Depois de um primeiro trimestre indefinido, a administração procurou tranquilizar o mercado.
Pela primeira vez, após o cancelamento do IPO da subsidiária asiática, a empresa anunciou a venda de ativos australianos (para reduzir a dívida).
Adicionalmente, acaba de publicar números melhores do que o esperado no segundo trimestre, com um crescimento orgânico de receita de 6,2%, com o lucro por ação (excluindo itens não recorrentes) a subir 10% para 1,03 euros, graças a marcas premium que são mais rentáveis e à contenção de custos.
Porém, os problemas não estão completamente resolvidos. A dívida, estável desde o final do ano passado, continuará a ser significativa, inclusive após a venda dos ativos australianos. Quanto ao aumento global de volumes no segundo trimestre (+2,1%), é um fator positivo, mas que, analisando friamente, representa pouco dinamismo.
Enquanto os lucros do grupo subiram na América Central e na Ásia-Pacífico, a situação continua menos favorável na América do Norte (queda de 2,4% nos volumes) e na América do Sul (moedas mais fracas).
Apesar dos pontos fracos, face às melhorias operacionais e à liquidez adicional gerada, subimos ligeiramente as nossas previsões de lucros por ação para 4 euros em 2019 (antes 3,75 euros) e mantemos a estimativa de 2020 inalterada em 4,4 euros.
Cotação à data da análise: 91,60 euros