A Rio Tinto fez um bom trabalho e a recuperação, iniciada há dois anos, traduziu-se na solidez dos lucros. O grupo concentrou-se nas principais atividades, como o minério de ferro, cobre e alumínio, ao mesmo tempo que desinvestiu das minas menos lucrativas e negócios menos promissores, como o carvão.
Esses desinvestimentos permitiram comprar ações próprias a um valor atrativo, distribuir um dividendo extraordinário e desendividar-se. A administração não parece tentada em embarcar numa grande aquisição para impulsionar o crescimento, preferindo assentar nas capacidades já instaladas. É preciso não esquecer que os lucros estão estreitamente dependentes das cotações das commodities.
A recuperação da ação é explicado pela valorização do minério de ferro (66% dos lucros) devido aos problemas de produção da brasileira Vale e da própria Rio Tinto, que parou as exportações de um porto australiano atingido por um ciclone. A recuperação deste minério, acima do esperado, leva-nos a rever em alta as estimativas para 2019, mas ainda esperamos um recuo até o final do ano e em 2020.
A desaceleração da economia global e o nível atual dos preços resultará numa menor procura. Prevemos lucros por ação de 440 pence em 2019 (antes 340 p.) e 320 p. em 2020. Aproveite para vender.
Cotação à data de análise: 4639 pence