Com os investidores a perderem 7% em média ao ano (em euros), a ação da BT consegue um dos piores desempenhos no setor europeu de telecomunicações dos últimos cinco anos.
O gigante britânico acumulou problemas com um escândalo contabilístico na subsidiária italiana e a atividade de serviços às empresas (21% das vendas) inundada por contratos não rentáveis.
Foram implementadas dolorosas medidas de reestruturação, mas os resultados não surgem. Nos primeiros nove meses do exercício de 2018/19 (fecho no final de março), as vendas caíram 1% e o lucro operacional permaneceu estável. Há rumores que o novo CEO, Philip Jansen (assumiu o cargo em 1 de fevereiro) prepara mais reduções de custos.
Estamos céticos quanto à sua capacidade de dar uma nova vida a este antigo monopólio estatal, mas ainda altamente regulamentado.
Atualmente, a cotação apresenta um desconto significativo face aos seus pares, mas é justificado pelas incertezas que rodeiam o grupo: Brexit, problemas passados por resolver e perspetivas incertas.
Se já tiver a ação pode manter graças ao dividendo (rendimento de quase 7%) e à baixa valorização em bolsa (10 vezes o lucro esperado, contra 14 vezes da média do setor europeu). Esperamos lucros de 23 pence em 2019/20 e de 24,5 pence em 2020/21.
Cotação à data de análise: 229,85 pence