A Rio Tinto tem o compromisso de devolver aos seus acionistas, em 2019, uma parte dos lucros com a venda de ativos considerados como não-essenciais. Ao dividendo regular de 232,78 pence, junta-se um dividendo extraordinário de 183,55 pence. A Rio Tinto vai também comprar ações próprias.
O conjunto destas medidas atinge 13,5 mil milhões de dólares (MD), um valor significativo já que a atividade gerou fluxos de caixa de apenas 11,8 mil MD em 2018 e deve gerar um valor sensivelmente igual em 2019. Ainda no capítulo da remuneração aos acionistas, a Rio Tinto confirma ter como objetivo pagar aos acionistas 40 a 60% dos lucros operacionais gerados (ao longo de um ciclo de negócios). Apreciamos estas medidas, que têm ainda a vantagem de incentivar a administração a ser prudente nos seus investimentos.
As boas notícias foram contudo eclipsadas em bolsa pelo anúncio do atraso no desenvolvimento da nova mina de cobre na Mongólia que, em potencial, será a 3ª maior mina deste metal do mundo. O início da produção já não será no final de 2021, como previamente comunicado. A empresa estima que o mercado de cobre estará em défice a partir de 2020, pelo efeito de uma procura em expansão (para carros elétricos e energia renováveis, nomeadamente) e uma produção limitada.
Consideramos o cenário de aumento de preços no cobre credível. Já no minério de ferro estamos menos confiantes, dado o abrandamento económico chinês.
Cotação à data da análise: 4144,50 pence