Os acionistas "de peso" da Telecom Italia travam há meses uma batalha com acusações mútuas sobre a má administração do grupo. De um lado, está o fundo Elliott, que controla o atual Conselho. Do outro, a Vivendi, que apesar de ser a acionista com a maioria relativa do capital, perdeu as "cadeiras" que contam.
O próximo embate é a assembleia convocada para o final de março. Tendo em vista esta data, a direção publicou, como exigido por lei, um relatório sobre a atividade. Daí a má notícia: se o plano definido pela antiga administração (que emanou da Vivendi) prevê um crescimento do lucro operacional de 2 a 3%, o relatório apresentado agora pelos novos líderes fala de uma queda na ordem dos 5%.
Sinal da crise do grupo que luta há muito tempo com um elevado endividamento e sem dinamismo do investimento? Ou apenas um movimento para renovar as alegações contra os líderes anteriores e impedi-los de retomar o controlo do grupo? Provavelmente, um pouco de ambos, mas o mercado não reagiu bem.
Porém, não se trata de um verdadeiro aviso sobre os resultados, tanto que as nossas estimativas já previam uma queda de 5% nos lucros operacionais de 2018 e uma perda líquida de 0,04 euros por ação. O conselho não muda: mantenha.
Cotação à data de análise: 0,45 euros