ENEL
A Enel está cada vez mais "verde", tanto do lado do investimento, como nos métodos escolhidos para se financiar. A Enel Finance International, subsidiária da casa mãe Enel, comunicou a emissão de um novo empréstimo obrigacionista de mil milhões de euros. Esta emissão “verde” destina-se ao financiamento de projetos "ecossustentáveis" do grupo. Um campo em que a Enel está cada vez mais ativa: no Brasil, por exemplo, vendeu 3 fábricas à chinesa CGN Energy International Holdings para obter recursos que foram investidos, novamente no Brasil, em energia renovável.
A empresa italiana também está a competir com uma dúzia de outras operadoras europeias para comprar os ativos colocados à venda pela Eneco, um grupo holandês que é bastante ativo no setor verde. Caso esta operação chegue a bom porto, permitirá à Enel diversificar geograficamente a sua operação, reduzindo o peso do sul da Europa e da América do Sul.
Com esta mesma motivação, a Enel também está de olhos postos na Dinamarca, onde está entre as quatro operadoras que entraram na segunda fase das negociações para adquirir os ativos colocados à venda pela Radius (uma empresa controlada em 50,1% pelo Estado dinamarquês). As atividades oferecidas para venda dizem respeito a uma empresa de distribuição com um milhão de clientes, à venda no retalho de energia e gás com 900.000 clientes e à iluminação pública em 15 municípios.
Todas estas novidades têm impulsionado o título, mas as nossas estimativas já levam em conta um aumento nos lucros. A ação está corretamente avaliada. Mantenha.
GENERALI
A subsidiária Banca Generali (da qual a seguradora Generali tem pouco mais de 50% do capital) comunicou alguns dados do ano 2018. Em particular, anunciou que tinha terminado o ano com um aumento de capital total de 5,02 mil milhões, dos quais 470 milhões apenas em dezembro, apesar do período negativo para os mercados.
O momento das bolsas pode continuar a pesar sobre as contas: comparado a dezembro de 2017 apenas, a “coleta” caiu 26%, enquanto a queda no ano é de -27%. Neste contexto, e aguardando os resultados anuais da Generali, continuamos cautelosos nas estimativas. Pode manter.
PEUGEOT
A Peugeot registou em 2018 um recorde de vendas de 3,88 milhões de veículos, um aumento de 6,8% em relação a 2017. No entanto, este crescimento foi impulsionado pela integração pelo total do ano da Opel. Se considerarmos as suas marcas históricas (Peugeot, Citroën e DS), as vendas da PSA registaram uma queda anual não inferior a 12%. O grupo reforçou a sua posição na Europa, que atualmente representa cerca de 80% das suas vendas, mas internacionalmente perdeu muito terreno, sobretudo na China (-32%) e Médio Oriente (-53%).
A administração ainda não detalhou as projeções de mercado para 2019, preferindo aguardar a publicação dos resultados anuais a 26 de fevereiro. No entanto, a situação não parece promissora. O Brexit pesa sobre os consumidores britânicos, enquanto a desaceleração da economia europeia pode pesar sobre as vendas. Para agravar um pouco mais a situação, as dificuldades nos mercados não europeus devem continuar. Assim, a China, onde a redefinição da estratégia comercial tem tardado a dar frutos, deve permanecer um espinho no pé do grupo.
Ainda assim, neste ambiente de incerteza, a Peugeot deverá ser capaz de defender a sua rentabilidade, graças à sua capacidade de defender melhor os preços face à concorrência. Mantenha.
TESLA
A Tesla comunicou a semana passada que vai reduzir o seu número de efetivos em 7% e que está a lutar para produzir carros a custos competitivos num ambiente que se apresenta cada vez mais competitivo. Comunicações que alimentam no mercado os pontos de interrogação sobre a sustentabilidade do grupo e justificam que o investidor seja muito cauteloso com esta empresa. Continuamos a recomendar vender o título.
TOTAL
A petrolífera Total publicou os seus primeiros indicadores para o quarto trimestre de 2018. Não foi surpresa o declínio nos preços médios de venda. Isso irá pressionar os seus lucros para este período, assim como para os primeiros meses de 2019. As nossas estimativas de lucro levam isso em consideração. O grupo também comunicou estar a preparar a venda dos seus campos de gás no Mar do Norte, na costa da Holanda, cuja produção caiu de 25.000 barris por dia em 2016 para 20.000 em 2017, de um total de 2,6 milhões. Estes ativos estão claramente a aproximar-se do fim do seu ciclo de vida. A ação está correta. Mantenha.