A revisão do PSI-20, o principal índice da bolsa de Lisboa, está marcada para março, mas não esperamos que haja grandes alterações à sua composição. Desde logo, só há 14 cotadas nacionais com uma capitalização ajustada acima de 100 milhões de euros, o que garante que o índice se vai manter com o número mínimo exigido de 18 empresas (a partir desse número, teriam de cumprir este critério relativo à dimensão). Os nossos cálculos indicam que as 18 maiores empresas que cumprem os critérios eliminatórios são as atuais componentes do índice. Como tal, o cenário mais provável é que a composição do índice se mantenha inalterada.
Nota: o peso no índice está relacionado com o valor em bolsa de cada empresa.
Ibersol de saída?
Tal como no passado, a Ibersol continua a negociar com pouco volume e cumpre o critério da liquidez com uma margem quase inexistente. Dado que existe sempre alguma incerteza (o período de avaliação estende-se até à penúltima sexta-feira de fevereiro, já sem falar de eventuais diferenças nos dados considerados pela CMVM), é possível (mas pouco provável) que a Ibersol acabe por não cumprir o critério e saia do PSI-20.
Nesse caso, as candidatas para a substituir seriam a Sonae Indústria e a Novabase. A mais pequena das Sonae tem uma vantagem muito ligeira em termos de capitalização ajustada.
Recordar as regras
Para poderem entrar no índice, as ações têm que cumprir dois critérios eliminatórios:
– o free-float (proporção de ações emitidas cotadas em bolsa e não detidas por grandes investidores com posições acima de 5%) deve ser superior a 15%;
– têm de ter um mínimo de liquidez: o volume de negociação no ano anterior à data de revisão do índice deve representar pelo menos 25% das ações disponíveis para o público (o free-float).
Aquando da revisão anual, as ações que cumprirem os critérios acima referidos serão ordenadas pela sua capitalização: valor de mercado, ajustado pelo free-float. As 18 primeiras entram automaticamente no índice. Podem também entrar as empresas seguintes, caso a sua capitalização seja superior a 100 milhões de euros.
Sonae Indústria e Novabase: não especule
Integrar o índice principal da bolsa nacional é habitualmente um fator de curto prazo positivo para a cotação, devido a vários efeitos (maior visibilidade, aquisições por parte de fundos). Mas não aconselhamos de momento a compra da Sonae Indústria e Novabase, portanto não deve especular sobre a possibilidade remota de entrarem no índice.
A revisão vai produzir efeitos após o fecho do mercado no dia 15 de março e o mais provável é manterem-se as 18 ações atuais.