A saída forçada de Carlos Ghosn, suspeito de evasão fiscal no Japão, levanta muitas questões sobre o futuro da aliança da Renault com os seus parceiros japoneses da Nissan (desde 1999) e da Mitsubishi (desde 2016). Não é o projeto de um homem, mas Carlos Ghosn foi o seu arquiteto.
Certamente, será necessário encontrar um novo equilíbrio de forças dado que a Nissan quer emancipar-se do seu acionista francês. Por isso, é preciso encontrar um líder capaz de conduzir a parceria e, ao mesmo tempo, restaurar a confiança entre os parceiros. Ainda assim, questionar a aliança não beneficiaria nenhum dos construtores. Mesmo que as sinergias previstas (5,7 mil milhões de euros) sejam difíceis de atingir, a aliança permitiu poupanças significativas, principalmente nas compras a fornecedores e na engenharia.
Além disso, a parceria já lançou muitos projetos, incluindo uma plataforma comum para veículos elétricos. Voltar atrás seria muito dispendioso, especialmente tendo em conta que a Renault planeia investir bastante na “mobilidade do futuro”. Assim, mesmo que haja uma evolução no seu governance e organização, continuamos confiantes de que a aliança permanecerá em vigor. A queda da cotação cria uma oportunidade mas, para já, ainda não recomendamos a compra.
Cotação à data de análise: 59 euros