O abrandamento do crescimento orgânico das receitas (+1,4% no terceiro trimestre, quando foi de 4% no primeiro semestre) não foi uma surpresa. Como esperado, o forte crescimento das vendas de leites para bebés na China desvaneceu-se devido a uma redução na taxa de fertilidade chinesa e à comparação difícil com o terceiro trimestre de 2017, que foi muito forte.
Contudo, a administração da Danone não conseguiu descansar os investidores. É certo que pode apontar para o reforço da presença do grupo na América do Norte, nos produtos “bio” (aquisição da Whitewave). Mas os países emergentes, tradicional pilar do crescimento da Danone, dificilmente poderão assegurar o crescimento, quando nos países desenvolvidos há estagnação (queda orgânica de 1% do volume de negócios nos primeiros nove meses).
Anunciam-se assim tendências negativas nos próximos trimestres, em vários países, além da China. É o caso de Marrocos e dos países atingidos pela instabilidade cambial (em particular na Argentina, Brasil e Turquia). Os objetivos para 2018 e para 2020 não sofrem alterações, mas a médio prazo a empresa tem pela frente uma dura luta, em particular conseguir vender produtos de gamas mais altas sem grandes quedas no volume de vendas.
Cotação à data de análise: 62,94 euros