Os lucros do terceiro trimestre subiram 90%, ou seja, acima do que esperávamos. A atividade de Exploração & Produção beneficiou do aumento do preço dos hidrocarbonetos (+39%), já que a produção permaneceu estável devido a alguns desinvestimentos. Os elevados lucros permitiram que a BP gerasse um bom nível de liquidez no trimestre. Assim, o grupo poderá pagar em dinheiro os ativos que comprou em julho à BHP por um preço elevado (ainda não registados nas contas), em vez de emitir novas ações. O encaixe das alienações previstas inicialmente para financiar esta transação será reencaminhado para um plano de compra de ações próprias.
A aquisição dos ativos feita à BHP permite que a BP se reforce no petróleo de xisto nos EUA, onde os custos de produção são baixos, mas não terá um impacto positivo imediato nas contas. A operação torna a BP um pouco mais dinâmica do que as concorrentes europeias. Contudo, a petrolífera britânica continua a mostrar prudência nos investimentos, o que consideramos uma opção sensata. Com efeito, depois de atingir 85 dólares em outubro, o barril de Brent caiu 22% para 66 dólares depois do aligeirar da posição norte-americana face ao Irão e das dúvidas quanto à evolução da procura global de petróleo.
Apesar do disparo dos lucros, ultimamente, a cotação tem sido pressionada pela queda do preço do petróleo. Porém, aos níveis atuais, ainda não está suficientemente atrativa para comprar. Se já tem em carteira, pode manter.
Cotação à data de análise: 522,70 pence