A empresa cervejeira continua a sofrer o choque da dispendiosa aquisição da concorrente SABMiller, que efetuou em 2016. Ainda fortemente endividado, o grupo foi forçado a reduzir os dividendos para metade (espera-se 1,8 euros por ação relativos ao exercício de 2017).
De facto, o crescimento dos lucros foi menor do que o previsto devido a vendas dececionantes e à depreciação das moedas emergentes (mais de 2/3 dos volumes de vendas). Na América do Norte os volumes caíram 0,5% e a icónica Budweiser está a perder para os vinhos, bebidas destiladas e cervejas artesanais. No Brasil, os volumes caíram 3,3%.
Ao longo do trimestre, apesar do crescimento orgânico de 4,5% do volume de vendas, o lucro por ação caiu 53% para 0,413 euros devido a custos financeiros acima do esperado. Assim, revemos em baixa as previsões de lucros por ação para 2,5 e 3,5 euros, em 2018 e 2019, respetivamente (antes 3,9 e 4 euros). As sinergias previstas com a compra da SABMiller não estão a ser suficientes.
A longo prazo, o grupo beneficiará do crescimento da classe média nos países emergentes, mas a escassez de recursos financeiros pode atrapalhar o desenvolvimento, enquanto os concorrentes Heineken e Carlsberg estão menos endividados e são potencialmente mais ágeis.
Cotação à data de análise: 65,21 euros