De um mínimo, em março, de 5,53 dólares, a cotação Seaspan recuperou bastante, criando uma oportunidade para vender. Com efeito, a nova administração tomou as medidas necessárias para reduzir a dívida da empresa, que se tornou a prioridade após a redução do dividendo. Por outro lado, o maior crescimento das economias desenvolvidas sustentou o comércio global e isso ajudou a “colocar mais barcos na água”. Neste verão, apenas 2% da frota mundial de porta-contentores permaneceu atracada, o nível mais baixo desde meados de 2015. Encorajador? Sim, mas não o suficiente, pois as ameaças são muitas.
Em primeiro lugar, a situação dos armadores continua frágil, como revelaram os avisos sobre lucros do alemão Hapag Lloyd e do dinamarquês A.P.Moller-Maersk. Em segundo lugar, porque o crescimento económico global deverá desacelerar no próximo ano e impactar o comércio de bens. A guerra comercial, liderada pelos EUA, e a imposição de novas barreiras alfandegárias não deixará de pesar sobre o comércio e as taxas dos fretes marítimos. Por último, as regulamentações mais restritivas sobre as emissões de enxofre dos navios (aplicáveis a partir de 2020) irão encarecer o custo dos combustíveis já em alta na esteira do preço do petróleo.
Em suma, os investidores estão a dar demasiado crédito à nova administração, como evidenciado pela recuperação recente da cotação. No entanto, as dificuldades persistem. Aproveite para vender.
Cotação à data de análise: 9,05 dólares