É um enredo já familiar: grandes lucros anunciam-se ao virar da esquina, com a carteira de encomendas em nível recorde, mas para já, pouco há para ver. No primeiro semestre, as receitas cresceram apenas 5%. A margem EBITDA caiu para 14,1% (face a 15,6% há um ano), sobretudo devido ao negócio da construção na Europa, onde registou prejuízos operacionais.
Foi nos resultados financeiros que a Mota-Engil evitou fechar o semestre no vermelho, ao registar ganhos cambiais superiores a 40 milhões de euros, para um resultado líquido de 5 milhões de euros (0,03 euros por ação). Esperamos um segundo semestre muito melhor (estimando um lucro por ação de 0,11 para o ano 2018) e que os lucros mais que dupliquem em 2019 (0,23 euros por ação).
Após ter perdido recentemente mais de 20% do valor bolsista, a construtora está novamente barata em vários indicadores. Mas não recomendamos a compra porque o risco é demasiado elevado. Os seus rácios estão abaixo do setor tanto a nível operacional como financeiro, com realce para o elevado endividamento (autonomia financeira de apenas 5%, face a 20% do setor), com mais de metade da dívida exigível a curto prazo. A ação é volátil e propensa a “disparos”, mas não entre na montanha-russa. Limite-se a manter.
Cotação à data de análise: 2,12 euros