O banco está sólido, mas vive um ambiente desfavorável no curto prazo. A cotação incorpora, em grande parte, esse problema: 0,7 vezes o capital próprio tangível (0,85 vezes – média histórica do setor). Comprar.
No segundo trimestre, o lucro operacional com as atividades principais caiu 1,7% em relação ao ano passado, em linha com as nossas expectativas. São os "serviços financeiros internacionais" (seguros, private banking, crédito ao consumo) que mostram maior dinamismo com um aumento de 11% e são o polo de crescimento do banco.
As atividades bancárias de retalho (-3,5%; França, Bélgica, Itália) continuam a ser penalizadas pelas baixas taxas de juro que não permitem um aumento no volume de negócios. Por seu turno, o lucro das atividades de mercado recuou quase 17%.
O BNP Paribas beneficiou de uma redução no seu prémio de risco (encargo devido à possibilidade de incumprimento dos empréstimos) para alançar um lucro líquido estável. Mas, tal como nos últimos trimestres e como a maioria dos bancos europeus, o BNP Paribas ainda não conseguiu voltar a apresentar um bom crescimento das receitas. Nos próximos trimestres, este cenário deverá manter-se.
A nossa perspetiva positiva para o banco permanece centrada sobretudo na execução da estratégia Plano 2020, que visa a redução de custos e investimentos sem grande tomada de riscos para complementar as atividades (banca de retalho na Polónia, private banking na Alemanha). No entanto, nos próximos meses, a ação permanecerá sob pressão pela persistência das baixas taxas de juro na Europa e pela desaceleração económica. Aconselhamos a compra, mas terá de ser paciente.