Os receios de uma desaceleração económica mais acentuada devido às tensões comerciais e o nível atingido pela cotação nas últimas semanas pesam agora sobre o desempenho em bolsa. Manter.
A cotação da Rio Tinto enfrenta diversos ventos adversos e caiu 11% em relação aos seus máximos deste ano. Por um lado, as crescentes tensões comerciais estão a aumentar as hipóteses de uma desaceleração mais acentuada da economia mundial, o que levaria a um menor consumo de matérias-primas do que nos últimos anos. Por outro lado, são maiores os nossos receios sobre o declínio no preço do minério de ferro (representa 60% dos lucros do grupo).
O Governo australiano acompanha de perto o mercado de commodities e prevê que os preços do minério de ferro caiam em 2019 e 2020 como resultado de uma procura chinesa (aço...) menos dinâmica. É o suficiente para impactar nos lucros da Rio Tinto.
Estimamos uma descida para 308 pence por ação em 2018 e para 275 pence em 2019, contra 350 p. em 2017. Além disso, a Rio Tinto está interessada em investir no cobre para se tornar menos dependente do minério de ferro. Não é novidade, mas a administração está agora mais inclinada a abrir os cordões à bolsa para adquirir minas. O grupo pode cair na tentação e pagar em demasia, o que no passado levou a grandes dificuldades quando o mercado inverteu.
Permanecemos atentos a este cenário potencialmente arriscado. Por enquanto, pode manter.