A perspetiva de uma guerra comercial e os rumores, que se revelaram demasiado otimistas, de um projeto de fusão total com a Nissan penalizaram excessivamente a cotação. Manter.
Devido à sua ausência do mercado norte-americano, a Renault não é diretamente visada pelas ameaças de Trump de impor novas tarifas aduaneiras, mas está exposta através da sua participação de 43% na Nissan.
Em 2017, a construtora nipónica vendeu 1,6 milhões de veículos nos EUA (27,5% das suas vendas). Mesmo antes do anúncio de Trump, a Nissan antecipou uma (nova) queda no lucro operacional. O impacto na Renault é importante: em 2017, a sua posição no parceiro gerou quase metade dos lucros do grupo antes dos impostos.
A hipótese de uma fusão da Renault e Nissan é recorrente. Os investidores gostariam de ver a aliança, iniciada em 1999, terminar com uma aquisição total da Nissan, mas a operação enfrenta vários obstáculos, como a presença do Estado francês na Renault e porque a Nissan quer manter a independência.
Contudo, a Renault é uma empresa sólida. Nos próximos anos, beneficiará do posicionamento nos veículos de baixo custo (Dacia) e elétricos (Zoé e Nissan Leaf), dois mercados em expansão. Além disso, a parceria com a Nissan já permitiu gerar sinergias substanciais.
Mesmo reduzindo ligeiramente as previsões de lucro, devido à exposição da Nissan aos EUA, já não se justifica o conselho de venda: pode manter.