Alphabet
A Comissão Europeia (CE) impôs pela segunda vez em dois anos uma multa recorde de 4,3 mil milhões de euros à Alphabet, a casa mãe da Google.
A CE justifica a coima com o abuso de posição dominante do sistema operacional Android que está presente em 80% dos smartphones de todo o mundo.
Como esperado, o grupo norte-americano rejeitou a acusação e vai recorrer desta decisão. As possibilidades de recurso são numerosas e o resultado desta batalha com as autoridades europeias não terá solução à vista durante vários anos. Enquanto o processo decorre, a Alphabet terá que provisionar as suas contas com o valor dessa multa, mas o impacto continuará a ser muito limitado.
Apesar de elevada, esta multa representa apenas 4% do seu volume de negócios e não fará mossa na sua liquidez de 100 mil milhões de dólares. O efeito no mercado foi semelhante. O preço da ação não reagiu ao anúncio da decisão europeia.
Na nossa opinião, essa decisão não coloca em questão a posição dominante do grupo no mercado dos motores de pesquisa utilizados nos telefones móveis. Apesar da ação ter atingido um novo recorde, ainda não esgotou todo o seu potencial de valorização. Mantenha.
BlackRock
No segundo trimestre, a gestora BlackRock reportou um lucro por ação de 6,67 dólares, o que ficou em linha com as nossas expectativas.
O grupo melhorou a sua rentabilidade, mas viu o fluxo de entrada de novo capital sob gestão crescer apenas 20 mil milhões de dólares, contra 57 no primeiro trimestre de 2018 e os 104 no ano passado.
A aversão ao risco dos últimos meses (tensões comerciais...) faz com que os investidores sejam mais prudentes. De acordo com a administração, esta prudência justifica-se também por fatores de instabilidade política na Europa e pela subida de taxas de remuneração em outros produtos com menor risco associado.
Este menor dinamismo comercial pode pesar sobre o volume de negócios nos próximos trimestres. As outras atividades do grupo (por exemplo, consultoria) funcionam muito bem, mas o seu impacto na gestão é inferior. Pode manter.
Ericsson B
A Ericsson anunciou um resultado animador no segundo trimestre de 2018.
O volume de negócios estabilizou (-1% vs. -10% em 2017), principalmente devido à forte procura na América do Norte que representa 29% do seu volume de negócios e onde as operadoras de telecomunicações já se estão a preparar para o 5G.
O resultado, no entanto, permanece no vermelho, -0,58 coroas suecas (SEK), motivado sobretudo por fortes despesas de reestruturação que forçaram a que a margem operacional ficasse nos 4,1%. Sem o impacto destas despesas o resultado por ação seria de -0,09 SEK. A administração está cada vez mais confiante em atingir a meta de 2020 com uma margem operacional de 10%, um nível alcançado pela última vez em 2015.
A implantação do 5G e a desconfiança das autoridades dos EUA sobre os rivais chineses ZTE e Huawei devem ajudar a Ericsson nesse ambicioso objetivo.
Nota positiva pelo facto da Ericsson, apesar das dificuldades, não ter reduzido os seus investimentos em pesquisa e desenvolvimento, o que lhe permite preservar uma vantagem tecnológica sobre os concorrentes.
Esperamos um resultado negativo por ação de 0,67 SEK em 2018 e um lucro de 1,6 SEK em 2019. A ação está corretamente avaliada. Pode manter.
General electric
A General Electric publicou resultados desanimadores.
As fragilidades subsistem. Na base de um volume de encomendas constante e um volume de negócios com uma queda orgânica de 6%, o lucro por ação caiu 30% para 0,07 dólares.
Com exceção das áreas de eletricidade e energias renováveis, a rentabilidade operacional das restantes atividades industriais deteriorou-se, apesar dos esforços em termos de custos.
A administração mostra alguma prudência nos números para 2018 que tem como principal objetivo reduzir o volume de dívida e manter o dividendo.
Ainda assim, a ação permanece correta. Pode manter.