Os acionistas da Société Générale poderiam arrepender-se de uma eventual fusão com o Unicredit: poucas sinergias, operação complexa e politizada. Contudo, para já, não há nada em concreto. Manter.
Segundo o Financial Times, o banco italiano Unicredit quer convencer os franceses da Société Générale da relevância de uma fusão, um rumor que surge recorrentemente no mercado.
Desta vez, é um pouco mais pertinente, já que o diretor executivo do Unicredit é o ex-número 1 das atividades de mercado do banco francês. Além disso, os bancos europeus estão à procura de um crescimento que não podem mais encontrar nas economias nacionais.
Que lógica tem uma fusão entre dois grupos de dimensão idêntica (cerca de 31 mil milhões de euros de capitalização bolsista?
Em primeira análise é essencialmente geográfica, com a SG presente em França e internacionalmente, enquanto o Unicredit está na Itália e na Alemanha. Do lado das sinergias (essenciais para impulsionar as cotações) não consideramos que a entidade resultante de uma fusão gere uma quantia substancial.
Os custos, por seu turno, provavelmente disparariam quando fosse necessário juntar as infraestruturas informáticas dos bancos (gestão de riscos, atividades de mercado, etc.).
Continuamos céticos de fusões complexas e que parecem jogar acima de tudo com o efeito de escala.
Por fim, a SG tem um diferendo com as autoridades dos EUA e já provisionou cerca de 1000 milhões de dólares.