O ano de 2017 foi catastrófico e 2018 continua difícil para a Reckitt. As incertezas quanto à boa integração da Mead Johnson pairam no ar. Porém, após a queda da cotação nos últimos meses, já deixou de se justificar a venda. Manter.
O ano passado foi marcado por dois avisos sobre resultados após um ataque cibernético. A situação está a melhorar lentamente, mas a pressão sobre as vendas e a rentabilidade (forte concorrência e aumento dos custos das matérias-primas) continuará em 2018. Um facto ilustrado pelas dececionantes vendas do primeiro trimestre.
O grupo ainda está a ser penalizado pelo fraco desempenho da sua marca Scholl (cuidados para os pés). Daí a cautela demonstrada pela Reckitt, que estima um crescimento das vendas de 2 a 3% em 2018 (excluindo efeitos cambiais e de perímetro) e sem definir metas de margem. É verdade que a integração progressiva da Mead Johnson e a reorganização do grupo em duas divisões (produtos de saúde; produtos de higiene) vão pesar sobre a rentabilidade.
Estamos confiantes de que a Reckitt não vai comprar a atividade de medicamentos sem receita médica da Pfizer. Uma decisão sensata, até porque já tem de digerir a aquisição da Mead Johnson num contexto difícil. Estimamos lucros por ação de 296 pence, em 2018, e 316 pence, em 2019. A cotação caiu drasticamente desde o máximo registado há um ano. A este nível, deixamos de recomendar a venda: pode manter.