Donald Trump reaviva as tensões comerciais entre os Estados Unidos e a Europa reforçando a sua intenção de taxar a importação de veículos.
Estas novas taxas, caso venham a ser impostas, poderão chegar aos 25%, ao passo que atualmente não ultrapassam os 2,5%.
O mercado americano é o primeiro destino das exportações de automóveis europeus quer em termos de volume (com uma quota de 20% em 2017) quer em termos de volume de negócios (29%).
Se Donald Trump conseguir atingir os seus objetivos, os construtores alemães estarão entre as primeiras vítimas, na medida em que realizam uma parte importante da sua atividade nos Estados Unidos.
A BMW possui uma fábrica nos Estados Unidos, a maior do grupo e responsável por 17% da produção. Esta fábrica é especializada na gama SUV. Já as carrinhas e os Mini são importados da Europa e serão, assim, afetados pelas novas taxas. É pouco provável, no entanto, que a BMW possa adaptar a sua fábrica americana à produção de mínis e carrinhas, de modo a mitigar o impacto de eventuais barreiras protecionistas.
Para já, e perante a ausência de mais informações (a situação pode vir a alterar-se), não alteramos as nossas previsões de lucro. Mantemos inalterado o nosso conselho de compra.
Ausente do mercado americano, o construtor francês PSA (manter) não será visado pelas ameaças do presidente americano. A Renault (vender) está, por sua vez, indiretamente ligada via a sua filial Nissan.