Os resultados trimestrais da Oriflame desiludiram os investidores, que estavam demasiado otimistas. Contudo, não justificam a dimensão da queda da cotação que nos parece excessiva.
O volume de negócios, em euros, recuou 2% (apesar de aumentar 8% em divisas locais), o que compara negativamente com o crescimento de 11% no exercício de 2017. O lucro por ação progrediu 8,6% graças às reduções de custos. A geração de liquidez manteve-se a um nível elevado.
O principal motivo de inquietação está na queda de 14% do volume de negócios na Rússia (em rublos) devido ao atraso no lançamento de novos produtos. Menos novidades, menos vendas, mas o retorno à normalidade é esperado nos próximos meses. O que nos preocupa é a estratégia de pressão sobre os preços iniciada pelos concorrentes nessa região.
A Oriflame praticava preços algo elevados em certas gamas de produtos e será agora forçada a rever a sua política. Mas, acertadamente, não coloca em causa a sua estratégia de posicionar-se em gamas altas, que lhe permitiu aumentar as margens. Além disso, a Oriflame procura posicionar-se em mercados ainda jovens e com maior potencial, como a Índia ou o México.
A curto prazo, os ajustamentos estratégicos devem tornar a ação algo volátil.