A líder mundial da moda começou mal 2018 e os resultados anuais não deslumbraram, mas a cotação recuperou com o anúncio de um dividendo extraordinário. Vender.
A Inditex encerrou em janeiro o exercício 2017/18. As vendas travaram bruscamente, tendo crescido 8,7% quando na 1ª metade do ano foram +11,5%. O último trimestre foi particularmente fraco, apenas +5%, metade do trimestre homólogo do exercício anterior. Não passou despercebido o encerramento de 29 lojas neste período.
Ainda que as margens da Zara se mantenham estáveis, as da Berschka, Massimo Dutti e Stradivarious (em conjunto representam 22% das receitas) estão sob pressão devido à maior concorrência online e asiática. A pressão sobre as margens levou a que o lucro por ação apenas crescesse 6,7% para 1,08 euros.
É certo que o modelo de negócio do grupo galego é dos mais sólidos, inovadores e resistentes do setor. Mas o grupo está a entrar numa fase mais defensiva em que deverá reajustar rapidamente a sua dimensão e continuar a investir em tecnologia e logística para enfrentar com sucesso o novo contexto mais competitivo.
A empresa pagou a 2 de maio um dividendo extraordinário, cujo anúncio levou a uma recuperação da cotação nos último dois meses, estando perto de anular as perdas de 2018. Mas, perante a pressão sobre os lucros, reduzimos as nossas previsões para o exercício 2018/19. Mantemos a nossa recomendação de vender o título.