A desportiva Adidas está sem fôlego? Ainda é cedo para dizer, mas ainda que a direção continue confiante, os investidores dão sinais de algum nervosismo com o nível alto da cotação.
Apesar dos bons números publicados relativamente ao primeiro trimestre de 2018 (crescimento orgânico do volume de negócios +10%; lucro por ação +17,1%) e da confirmação do objetivo de lucros para 2018, a cotação da Adidas foi castigada pelos investidores e recuou 6,8% na sessão após a apresentação.
É verdade que os 3 principais motores da gigante alemã continuam a carburar. Excluindo efeitos cambiais, o volume de negócios cresceu +21,1% na América do Norte, +26% na China e +27% no comércio online. Também conseguiu as melhorias previstas na rentabilidade operacional.
Mas, ainda que o volume de negócios do trimestre tenha beneficiado das vendas de camisolas relativas ao próximo Campeonato do Mundo de futebol (12 das 32 seleções são equipadas pela Adidas), a empresa admitiu que esta edição, que terá lugar na problemática Rússia, não será tão propícia aos negócios como o foi o mundial de 2014 no Brasil.
Fraqueza nesta importante vitrina de marketing e quaisquer danos à imagem da Adidas deixam-na em desvantagem face à rival Nike, que está menos exposta ao futebol. É este fator que em nossa opinião justifica a inquietação, relativa é certo, dos investidores, tanto mais que à cotação atual, a empresa está longe de barata.