Devido a imparidades, a Impresa divulgou prejuízos elevados em 2017 e a conjuntura setorial continua difícil. O título mantém algum potencial especulativo e está corretamente avaliado.
A Impresa apresentou um prejuízo de 0,13 euros por ação em 2017, devido a elevadas imparidades registadas com a venda de muitas das suas publicações, ocorrida já em janeiro deste ano.
Mas, mesmo sem imparidades, o lucro ficou abaixo do esperado ao cair 44%, para 0,01 euros por ação, afetado pela queda de 2% das receitas, sobretudo no segmento de Publishing (-4,7%) mas também na Televisão (-1,6%).
Pela positiva, as receitas publicitárias cresceram 2,6%. Apesar do corte dos custos em 1,3%, o EBITDA caiu 11%. Ao nível financeiro, o resultado melhorou 8,2% e a dívida líquida baixou 2,6%, o que é positivo.
A alienação das revistas deverá permitir melhorar a rentabilidade mas o grupo continuará focado no corte dos custos, até porque as receitas deverão manter-se sob pressão, refletindo a conjuntura adversa do setor.
De facto, a crescente relevância do mundo digital tem tirado receitas ao setor. Daí, a aposta do grupo no audiovisual e no digital e o desinvestimento na imprensa escrita.
Ao invés, embora não seja o cenário mais provável, a Impresa mantém potencial especulativo devido ao eventual interesse de outros grupos, sobretudo se a Altice for autorizada a comprar a Media Capital.
Baixámos as estimativas de lucros por ação de 0,03 para 0,02 euros em 2018 e de 0,04 para 0,03 euros em 2019.