O Facebook está, de forma crescente, na mira não só dos políticos, mas também dos mercados. O grupo não mediu todas as consequências da sua imprudência.
No centro das atenções das autoridades reguladoras de ambos os lados do Atlântico, após a revelação de fugas em grande escala de dados pessoais de utilizadores, o Facebook atravessa uma crise sem precedentes.
Um problema grave que veio degradar ainda mais a imagem de uma empresa cuja reputação já estava fragilizada pelo fenómeno das fake news.
A empresa americana finalmente quebrou o silêncio e veio prometer medidas para restringir a capacidade de aceder a dados sensíveis dos utilizadores. Chegará para restabelecer a confiança? Não é certo que sim, pois os inquéritos multiplicam-se por todo o mundo, expondo a rede social a pesadas multas. Até porque este caso pode ser a parte visível de um icebergue muito maior.
Se o Facebook não se tornar rapidamente mais transparente quanto às suas práticas, arrisca-se a ver fugir não só anunciantes, mas também os utilizadores - alguns indicadores já indiciavam um abrandamento da atividade, nomeadamente por parte dos jovens, na plataforma.
Apesar da queda da cotação, continuamos a recomendar a venda, dado o aumento considerável dos riscos legais e regulatórios. Uma ação coletiva já foi interposta nos Estados Unidos por investidores, responsabilizando a administração pelas perdas.