Após um bom 2017, a Adidas está otimista quanto à evolução da rentabilidade nos próximos anos. Contudo, o acionista deve ser mais cauteloso, tendo em conta o elevado nível atual da cotação.
No quarto trimestre de 2017, a Adidas registou um aumento do volume de negócios de 19% (excluindo efeitos cambiais), após receios de uma desaceleração devido a um terceiro trimestre modesto (+12%).
Ao longo do ano, as vendas aumentaram 16% e a rentabilidade operacional subiu para 9,8%. O menor crescimento do lucro por ação (+6,7%) deve-se a um efeito fiscal (EUA) e às menos-valias da venda de ativos não estratégicos (golfe e hóquei).
Suportada pelos motores de crescimento (China, EUA, vendas online) e o ressurgimento da sua marca Reebok, a administração reviu em alta a meta de rentabilidade operacional até 2020 para 11,5% (antes 11%). Ainda assim está cautelosa, especialmente por causa da Europa, e estima um aumento de 10% das vendas este ano.
Para completar a ofensiva de charme, subiu o dividendo em 30%, para 2,6 euros e lança um programa de compra de ações próprias. No entanto, enfrenta um desafio significativo nos EUA: a Nike quer recuperar quota de mercado no seu “quintal”, enfrentando a Adidas. No mínimo, a margem de lucro poderá ficar sob pressão.
Com base em previsões de lucro por ação de 8,15 e 9,5 euros para 2018 e 2019, respetivamente, a cotação está demasiado elevada. Aconselhamos a venda.