A aliança com o fundo canadiano Algonquin proporcionará à empresa espanhola de energia e meio-ambiente os meios financeiros de que até agora não dispunha para abordar novos projetos. Vender.
Os ajustes contabilísticos permitiram em certa medida, dar outro panorama sobre as contas de 2017 e encerrar o exercício com um lucro por ação de 0,22 euros. Sem estes ajustes, os prejuízos rondariam os 0,036 euros por ação.
No entanto, o que estas operações de maquilhagem não podem esconder é o enorme volume de dívida da empresa (0,27 euros por ação) que teima em ser uma mancha negra no seu balanço e que implica elevados custos financeiros.
O forte corte nas despesas, incluindo a redução de pessoal, parece-nos insuficiente para ver o retorno aos benefícios. Uma forte redução do volume da dívida e consequentemente dos seus custos financeiros deve ser a principal e urgente preocupação da Abengoa.
A venda de algumas operações ainda está nas suas mãos, como é o caso da central de gás no México, de empresas solares e de dessalinização, de linhas de transmissão. Estas vendas, caso se concretizem, vão permitir equilibrar o passivo relacionado com estas áreas de negócio tendo em conta a entrada liquidez.
Espera-se que, no final do ano, essa liquidez corresponda a uma redução de cerca de 40% do volume da dívida. No entanto, esta alienação de operações poderá também ter impactos na estabilidade dos resultados a longo prazo. Ainda resta muito caminho por percorrer para que a Abengoa volte à normalidade.
A nossa recomendação é para vender esta ação que além de cara tem um elevado risco associado.
Deixaremos de acompanhar esta ação.
Cotação à data da análise: 0,02 euros