Em 2017, o lucro por ação registou um bom crescimento (+24,8%), mas ficou ligeiramente aquém do que esperávamos: 0,47 contra 0,50 estimado, devido a impostos e custos acima do esperado. Manter.
As vendas cresceram 8,7% face a 2016, sobretudo pela subida dos preços (volume de vendas terá crescido 2%). A margem EBITDA ficou em 28,7% (+1,4 pontos percentuais face a 2016), ligeiramente abaixo do que esperávamos.
Os custos financeiros aumentaram cerca de 21% mas a evolução não tem nada de preocupante: a dívida financeira líquida reduziu-se 15% graças à considerável liquidez gerada pelas operações, uma tendência que deverá prolongar-se em 2018, reforçada pelo abrandamento do investimento.
O elevado preço da pasta de papel (BHKP) tem sido o principal catalisador dos resultados da Altri, pelo que é preciso entender o contexto do mercado.
No último ano, a procura terá crescido 1,6 milhões de toneladas (+5%). Esperava-se que o aumento da capacidade de produção fosse superior (1,8 milhões de toneladas). Contudo, por vários motivos (paragens inesperadas, atrasos na entrada em produção) a oferta acabou por cair 1 milhão de toneladas, o que explicou o forte crescimento do preço da pasta (em máximos deste século). A procura deve continuar a crescer, mas o desequilíbrio vai corrigir-se.
Esperamos lucros por ação de 0,49 euros em 2018, mas em 2019 devem reduzir-se para 0,34 euros. A estes níveis, a Altri está correta.
Cotação à data da análise: 5,13 euros