As más condições para geração de energia em Espanha (diminuição da produção hídrica, aumento dos custos de geração devido à entrada em funcionamento de centrais térmicas com preços de combustível mais elevados) estão a condicionar as contas de 2017. Apesar da procura de eletricidade distribuída pela Endesa ter crescido 1,7% (+0,5% se considerarmos apenas Espanha), o lucro por ação da empresa recuou 17% para 1,02 euros. Acresce que, em dezembro, o regulador do setor elétrico espanhol instaurou um processo à Endesa por alegada mani-pulação dos preços da eletricidade.
Após um dos anos mais secos de sempre registados na Península Ibérica, esperamos que as condições climáticas voltem à normalidade, e com elas os resultados do negócio de geração de energia da Endesa (representam cerca de 50% dos lucros), que recuaram 20% face ao mesmo período do ano anterior. Nesta conjuntura, a elétrica espanhola esforça-se por cortar custos (reduziu os custos fixos em 3%), diversificar as fontes de geração com novas instalações de energia renováveis e quer manter intacto o dividendo atual. A empresa comprometeu-se a distribuir 1,32 euros por ação nos próximos 2 anos, e a partir de 2019 continuará a distribuir 100% dos lucros obtidos aos acionistas.
Cotação à data da análise: 18,62 euros