Dada a queda estrutural do tráfego de correio, os CTT vão reduzir os custos e não descartam um novo corte do dividendo. As perspetivas são menos favoráveis mas a ação está correta. Manter.
Depois de no final de outubro ter reduzido a previsão de resultados e o dividendo, os CTT anunciaram em dezembro, tal como se esperava, um plano de redução de custos, que implicará uma poupança anual de até 45 milhões de euros (ME) a partir de 2020.
Para isso, o grupo vai cortar mais 800 postos de trabalho em três anos, reorganizar a sua rede de lojas, baixar a remuneração dos administradores, renegociar contratos... Além disso, o grupo vai vender alguns ativos não estratégicos, tendo já concretizado a venda da sua antiga sede, que gerou um ganho de 16 ME.
Por fim, a empresa admite rever de novo a política de remuneração acionista, adequando-a à evolução dos resultados, embora tenha reiterado um dividendo de 0,38 euros por ação referente a 2017, a que corresponde um rendimento bruto de quase 10%. No entanto, este valor não é sustentável, pelo que já incorporámos novos cortes de dividendo nas nossas estimativas para 2018 e 2019.
O plano é positivo mas não contempla medidas de aumento das receitas, que é a principal dificuldade do grupo, pois continua muito dependente do correio. O Banco CTT e o negócio das encomendas são as grandes apostas de crescimento mas ainda não geram resultados significativos.
As contas de 2017 só serão apresentadas a 9 de março mas, devido à mais-valia com a alienação da antiga sede, subimos a estimativa de lucros por ação de 0,19 para 0,26 euros. Para 2018 e 2019, prevemos lucros por ação de 0,22 e 0,26 euros, respetivamente.
Cotação à data da análise: 3,70 euros