Os resultados trimestrais foram um pouco dececionantes, mas não justificam a forte penalização da cotação. Há também a tomada de mais-valias após uma boa progressão do título.
É certo que a evolução do volume de negócios dececionou ligeiramente mas, no entanto, registou um aumento de 4% apesar de um forte impacto cambial negativo (depreciação do dólar norte-americano).
Deceção também no lucro operacional ajustado, cujo crescimento se limitou a 1,3%. Felizmente, a forte recuperação do mercado norte-americano de petróleo e gás compensou o declínio da procura por aplicações industriais de materiais compósitos e os maiores custos de energia na divisão Performance Chemicals.
Apesar do percalço, a Solvay confirmou a previsão de crescimento para o EBITDA ajustado de 6 para 8%.
O destaque do terceiro trimestre foi o anúncio da venda das poliamidas (nylon) à alemã BASF. A Solvay está a consolidar a sua reorientação na Química Especializada (com maior valor acrescentado), cujo peso no grupo passou de 25%, em 2010, para mais de 70%. Na Química de Matérias-primas, a Solvay retém apenas as atividades históricas de carbonato de sódio e peróxidos de hidrogénio.
Revemos em alta a nossa previsão de lucros por ação de 5,85 euros para 6,3 euros para 2017 (crédito de imposto), mas mantemos a estimativa de 6,85 euros para 2018. Manter.
Cotação à data da análise: 122,10 euros