A publicação dos resultados trimestrais não interrompeu a queda da cotação. Dadas as dificuldades atuais, o desconto da ação face às congéneres do setor parece-nos justificado.
Os resultados do segundo trimestre de 2017/18 ficaram em linha com as nossas expectativas: queda de vendas de 1% e lucro operacional a diminuir 4%. O grupo continua a ser afetado pelo escândalo contabilístico da subsidiária italiana. Os "Serviços a Empresas" (19% das vendas) pesam nos resultados com uma queda de 39% no lucro operacional no segundo trimestre e 25% menos contratos nos últimos 12 meses.
A história problemática repete-se nesta atividade. No passado forçou a reduzir o dividendo em 2009 e pode acontecer novamente. Um risco não negligenciável, dado que o rendimento do dividendo bruto acima de 6% é o principal trunfo da ação. Este dividendo pode ser posto em causa também pelas fracas perspetivas de crescimento e pelas necessidades de investimento (fibra ótica no Reino Unido, disparo do preço dos direitos televisivos).
Além disso, arrasta-se a questão espinhosa do défice do fundo de pensões, que deverá ser reavaliado no próximo ano. Todas essas incertezas justificam o fraco desempenho da ação, que negoceia em apenas 12 vezes o lucro de 2017/18, e um nível de risco de 4.
Porém, o potencial de descida é mais limitado tendo por base a cotação atual. Mantemos as previsões de lucros por ação de 20,5 pence para 2017/18 e 23 pence para 2018/19. Manter.
Cotação à data da análise: 244,45 pence