O céu está a desanuviar para a ArcelorMittal. Mas há que reter que a empresa está num setor fortemente concorrencial e caracterizado por excessos de capacidade significativos. Manter.
A gigante da siderurgia apresentou resultados em linha com o que esperávamos. As vendas (+21,5%) continuam a beneficiar da subida dos preços do aço (+14,8%), sustentada por medidas antidumping+ mas também, este trimestre, por uma subida dos volumes vendidos (+6,8%) o que sugere um fortalecimento da procura. São sinais positivos, mas o entusiasmo generalizado parece-nos exagerado.
A Europa e os Estados Unidos (principais mercados da empresa) apresentam alguma vitalidade, mas as elevadas expectativas relativamente à Ásia e ao plano de crescimento americano podem não se concretizar. A procura chinesa deve abrandar no próximo ano, já que a sua produção própria atingiu valores nunca antes vistos.
Também se espera muito da Índia, que tarda em executar as reformas necessárias e conseguir substituir-se à China como motor de crescimento mundial. É questionável que estes dois países consigam absorver a totalidade da produção excessiva, indispensável para uma subida duradoura dos preços.
O plano económico de Trump levanta-nos também algumas dúvidas, dada a dificuldade em implementar a sua dispendiosa reforma fiscal. Em todo o caso, a ArcelorMittal está pouco exposta aos Estados Unidos, que representam apenas 4% das vendas.
Cotação à data da análise: 24,78 euros