O preço da pasta continuou a sua escalada, o que aliado a um bom desempenho operacional contribuiu para impulsionar os resultados da Altri além das nossas estimativas. Manter.
O preço da pasta de papel de fibra curta está em valores historicamente elevados. A que se deve este fenómeno? Por um lado, a procura cresceu a um ritmo elevado (+3,6% nos primeiros 9 meses deste ano, face ao período homólogo de 2016). Por outro, verificaram-se diversas paragens de produtores de pasta, algumas não antecipadas, e baixos níveis de stocks, o que colocou pressão sobre os preços.
No entanto, se a intensidade e duração da subida surpreenderam, os dados fundamentais não se alteraram. O ritmo de crescimento da procura nos últimos trimestres não é sustentável indefinidamente, os níveis de preços atuais começam a ameaçar a rentabilidade de alguns produtores de papel, e a entrada de nova capacidade de produção continua no horizonte (foi até anunciada uma nova fábrica no Brasil).
Portanto, um ajustamento parece inevitável e a Altri não deve conseguir suster esta rentabilidade em 2018. De referir ainda a estabilização do dólar face ao euro já neste quarto trimestre, bem como um efeito não recorrente no imposto a pagar.
Neste contexto, revemos em alta considerável a nossa estimativa de lucro por ação em 2017 para 0,50 euros por ação (antes, 0,39 euros) e 0,42 euros em 2018 (antes, 0,34).
Ainda assim, a ação não está barata para uma aposta a longo a prazo.
Cotação à data da análise: 5,09 euros