Os resultados semestrais foram fracos devido à crise do setor. Para se adaptar, o grupo avalia a venda ou fecho de algumas publicações. A ação tem algum potencial especulativo e está correta.
De janeiro a junho, a Impresa registou lucros muito ligeiros de 0,0005 euros por ação, menos 93% face a igual período de 2016 e um pouco abaixo do que prevíamos. A crise do setor de media continua a afetar o grupo.
O volume de negócios a caiu 4,5%, penalizado sobretudo pela queda das receitas de publicidade em jornais e revistas (-8,9%) e das chamadas de valor acrescentado. Apesar dos cortes de custos (-3%), o lucro operacional desceu 35,7%. A nível financeiro, os resultados melhoraram 17% e a dívida líquida diminuiu 3,8% face há um ano atrás.
Perante a mudança estrutural do setor e no âmbito da sua aposta estratégica no audiovisual e no digital, a Impresa quer reduzir a exposição ao segmento das revistas, vendendo algumas publicações ou encerrando-as, com vista a reduzir a dívida e melhorar a rentabilidade do grupo.
A compra em curso da Media Capital, dona da TVI, pela Altice reforça o potencial especulativo do título, embora uma eventual oferta sobre a Impresa seja, nesta altura, pouco provável, em nossa opinião.
A melhoria da conjuntura económica beneficia o grupo mas face aos resultados semestrais e às dificuldades setoriais, baixámos as estimativas de lucros por ação de 0,02 para 0,01 euros em 2017 e de 0,04 para 0,02 euros em 2018. Manter!
Cotação à data da análise: 0,33 euros