Desde que publicámos a nossa primeira análise sobre a Tesla, em janeiro do ano passado, o preço da ação ganhou 50%.
O grupo que agora está focado no novo Modelo 3, em produção, é muito acariciado pelo mercado. Este modelo é o centro da estratégia da empresa que pretende passar de uma produção de nicho (poucos volumes) para a produção em massa.
A Tesla visa uma produção de 500 mil carros até ao final de 2018, contra 84 mil em 2016. Este modelo e o aumento de volumes devem permitir atingir um equilíbrio no saldo de contas em 2018 e, finalmente, registar lucros em 2019, após anos de perdas.
Na nossa opinião, esse objetivo da Tesla permanece muito ambicioso pois requer um aumento da produção do Modelo 3 sem incidentes (paragem de linhas de montagem, surgimento de defeitos, etc.) e sem derrapagem de custos nos próximos trimestres.
Este cenário parece uma autoestrada sem trânsito mas que, na verdade, pode encontrar vários desvios pelo caminho. Um acidente, por exemplo, pode levar os investidores a reduzir as suas estimativas de ganhos e resultar num ajuste em baixa do valor da ação.
No segundo trimestre de 2017, a Tesla reportou novamente perdas e viu o seu fluxo de caixa (para financiar investimentos) ficar no vermelho. A ação está cara. O mercado tem confiado na estratégia pensada por Elon Musk e a ação tem sido o reflexo dessa confiança, que na nossa opinião devia ser mais refreada. Venda!