Os lucros caíram 44% e ficaram aquém do esperado mas o grupo prevê melhorias nos próximos trimestres. Baixámos as previsões mas a empresa continua sólida e a ação permanece barata.
Os CTT obtiveram lucros de 0,12 euros por ação nos primeiros seis meses do ano, um valor que equivale a uma queda de 44% face a igual período de 2016 e é inferior às previsões. Em causa está o declínio estrutural do tráfego de correio, o aumento dos custos relativos ao Banco CTT e à integração da Transporta e a perda de receitas originada pelo fim do contrato com a Altice.
Ainda assim, as receitas subiram 0,3% graças aos crescimentos de 4,8% do Expresso e Encomendas e de 1,8% dos Serviços Financeiros. A rentabilidade foi fraca, com a subida dos custos a originar uma descida de 35,6% do lucro operacional.
Para os próximos trimestres, a empresa mostra-se confiante numa melhoria em todas as áreas de negócio e manteve as metas de um ligeiro aumento das receitas e de manutenção do EBITDA recorrente.
Para isso contribuirá o aumento dos preços no correio, que só ocorreu em abril, a melhoria dos resultados da espanhola Tourline, a recente aquisição da Transporta e o crescimento da oferta de crédito a habitação, lançada no início do ano.
Ainda assim, reduzimos as estimativas de lucros por ação de 0,30 para 0,27 euros em 2017 e de 0,35 para 0,31 em 2018. Por prudência, prevemos ainda uma queda de 20% do dividendo, embora o grupo não tenha dado sinais nesse sentido e tenha boas reservas.